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Conheca o Equipamento 03: Da onde vem as plaquinhas de Identificacao?

  • Foto do escritor: Haroldo Fala
    Haroldo Fala
  • 21 de set. de 2021
  • 4 min de leitura

A plaquinha de metal presa na coleira de um cachorro mais antiga de que se tem notícia vem de Utrecht, na Holanda, datada de 1446. Essa plaquinha tinha a função de confirmar o pagamento de uma taxa pela licença para se ter um cachorro, paga em sal. Nessa época, ter um animal de estimação podia ser considerado um luxo, muitas vezes reservado aos ricos.



Mas as licenças para cães e a prática de manter plaquinhas como prova de pagamento de taxas têm uma longa história internacional. Pode-se encontrar documentos que mostram cães tributados na Alemanha em 1598, e a plaquinha americana mais antiga conhecida é um medalhão de 1853 da Corporation of Fredericksburg (Virginia).



Hoje em dia, dependendo do país, podem haver plaquinhas com funções diferentes, mas no geral, elas são usadas por donos de pets mundo afora para identificar seus animais, frequentemente com o nome do animal, e uma forma de contato do dono.


Mas no começo da posse de animais como pets, não havia documentação, e colocar o nome do animal na plaquinha da coleira era arriscado, pois muitas vezes, chamar o nome do cachorro e ele vir, poderia servir de prova suficiente de posse do cachorro, e essa técnica era conhecida por ladrões.


Para evitar essas situações, os proprietários de cães colocavam seus próprios nomes ou endereços - antes gravados na própria coleira - para que o animal ficasse vinculado a família.


Com o surgimento da propriedade de animais de estimação pela classe média no século XIX, a burocracia envolvida com o licenciamento de cães se expandiu e a aparência e o design das próprias plaquinhas e licenças se tornaram mais diversas.

A forma mais antiga era a licença para cães em forma de papéis de doação, contratos de venda de criadores de cães, ou, no final do século 19, com o pedigree.



As primeiras licenças que garantiam prova pública de posse do animal foram as plaquinhas de metal, e pelo menos 16 países emitiram este tipo de plaqueta antes de 1900 e muitas delas eram de latão, cobre, estanho ou alumínio e eram itens estritamente funcionais, indicando o pagamento de um imposto.


Durante a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos, as plaquinhas passaram a ser populares em materiais alternativos como fibra comprimida e plástico. Durante a época, o governo americano emitiu mandados para poupar metal, a ser destinado para uso militar. Inclusive a ideia de colocar informações em uma placa de metal para identificar o indivíduo foi adotada pelas forças armadas e ficou especialmente popular durante a segunda guerra mundial, para identificar corpos de soldados que morreram em países estrangeiros, ou que fossem desfigurados.


Mas a popularidade das plaquetas de metal como acessório canino (além de um item funcional) se popularizou na América do Norte com a história de um pequeno cãozinho terrier que foi adotado pelo serviço de correios ferroviários dos Estados Unidos.


Owney, como foi chamado, tinha fichas e plaquetas penduradas pelos funcionários ferroviários em seu colete especial, como prova de que tinha entregue encomendas ou passado por certos pontos da viagem. Seu peitoral e colete estão hoje em exibição no Museu Postal Nacional de Washington DC.



Por conta de sua história como “colecionador de plaquinhas” Owney é hoje o mascote não oficial para pessoas que colecionam placas antigas de cachorro. Originalmente feitas para serem descartáveis, apenas como prova de pagamento de taxas anuais, as plaquinhas eram frequentemente jogadas fora… até que muitas famílias começaram a guardar as plaquinhas, por terem valor sentimental ligado ao animal. E esse novo significado fez com que os designs e ornamentações da plaquinha se diversificassem ainda mais.

A ilha das Bermudas foi o primeiro lugar que começou a usar etiquetas de aço inoxidável para serem usadas permanentemente ao longo da vida dos cães. Hoje podem ser de resina, prata, ouro, aço inox, madeira, silicone ou plásticos variados. Além disso pode-se colocar desde localizadores GPS até QR codes e microchips nas plaquinhas de identificação.



Historicamente, as taxas cobradas das licenças dos cães têm sido destinadas a boas causas em países que exigem licenças relativas a posse de animais domésticos, por exemplo, em São Francisco na Califórnia, Estados Unidos, as taxas pagas na compra da licença anual para animais de estimação são usadas para financiar hospitais veterinários que cuidam de cães resgatados, e atendem chamadas de maus tratos, além de oferecer clinicas de baixo custo a pessoas de comunidades carentes.


Como um outro exemplo, em Portugal, o registro mediante pagamento de taxa para posse de cachorro é obrigatória. E cada cachorro pode ter um valor de taxa diferente, com categorias que englobam desde cães de companhia, até cães de caça, a cachorro considerados perigosos ou potencialmente perigosos. Cães potencialmente perigosos, por exemplo, exigem além da licença a assinatura de um termo de responsabilidade, registo criminal, seguro de responsabilidade civil, exame de aptidão física e psíquica, e a comprovação da castração do animal.



Em muitos países da Europa, alguns estados dos Estados Unidos e no Canadá, também é exigido para tirar a licença, comprovante de certas vacinas e laudo veterinário. E em alguns desses lugares, existe a emissão de uma plaquinha com o objetivo de identificar animais que tem a vacina da raiva em dia.

Em quase todos os lugares onde a taxa é obrigatória para conseguir licença, existem descontos para pessoas com baixa renda, deficientes que usam seus cães para serviço médico, e idosos, e em certos casos onde o controle populacional é uma preocupação, também se aplicam descontos mediante comprovação da esterilização do animal.


As licenças não servem apenas para que haja controle do número de animais, mas auxilia na prevenção de criações não autorizadas, devolução de animais perdidos, e maior consciência por parte das pessoas antes de decidir adotar ou comprar um animal.


Mas e o Brasil?


Acha que seria justo exigir licenças com pagamento de taxas baseadas na renda, que depois fossem destinadas a mutirões de castração, campanhas de controle populacional, e resgate de animais?


O que você acha do registro de animais de estimação?

Vê como vantagem ou acha desnecessário?

E que tipo de plaquinha você usa?

E que informações vocês colocam nas plaquinhas dos seus animais?



 
 
 

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© 2021 por Juliana Vianna e Silva AKA Ripley Riot  - Site atualizado em 07 de Julho 2024

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