Conheça o Equipamento 04: A Coleira de Espinhos

Os cães pastores de gado da Grécia Antiga e da Roma Antiga eram conhecidos por usar coleiras com pontas de ferro ao proteger ou supervisionar o gado como uma forma de armadura. Na verdade, os restos mortais de um cão pastor antigo foram encontrados nas ruínas de Pompéia, usando uma coleira cravejada de espetos e gravada com uma mensagem que dizia que esse cão em particular salvou seu agradecido dono de um ataque de lobo.

Os próximos cães a exibir pedaços de metal pontiagudos no pescoço foram os mastins, os cães de guerra, junto com os cães de guarda. Mais uma vez, esperava-se que esses cães enfrentassem algum tipo de combate, e as largas coleiras pontiagudas ajudavam a evitar que qualquer coisa atacasse seus pescoços.

Cães usando coleiras com cravos e tachas como proteção e armadura foram levados para batalhas ao longo da história e usados como guerreiros. O mais famoso deles foi um Mastim de Henrique VIII, da Inglaterra, que teve a sorte de sobreviver a uma luta de cães contra humanos e viver para usar uma coleira de prata que o rei lhe deu como recompensa e agradecimento por sua bravura.

Em seguida, o conceito migrou para cães de briga, cães que eram iscas para touros, os que brigavam com ursos para diversão da corte, e outros cães com trabalhos difíceis.

Durante o Renascimento na Europa, o cão continuou a ser usado como pastor, lutador e caçador; e para ajudar a proteger esses cães de serem mordidos no pescoço e ao redor do rosto, elaboradas pontas de metal eram colocadas ao redor das coleiras de couro.

A coleira com cravos / tachas nessa época da história também começou a ser usada nas áreas mais “urbanas” para desencorajar possíveis ladrões, ao fazê-los pensar que um determinado cão era agressivo; já que era sabido que esse tipo de coleira servia para proteger cães de briga, portanto, servia também como um sistema de proteção de casa e propriedade.

As mais antigas coleiras com espinhos tendem a ter espinhos longos e bem afiados que se estendem vários centímetros da coleira. Alguns deles são feitos de elos de metal retorcido com pontas forjadas: acredita-se que as primeiras coleiras com cravos para cães de briga eram feitas por ferreiros da época e ,na verdade, na Inglaterra, os restos desses tipos de coleiras de cachorro foram encontrados em forjas históricas, o que reforça essa teoria.

À medida que as coleiras com pontas ganharam popularidade em centros urbanizados, tanto para afastar ladrões, quanto por motivos de moda, os espinhos se tornaram menos perigosos e mais decorativos.

Hoje, as coleiras com pontas de ferro são uma tendência da moda, mas ainda podem servir um propósito. Na Turquia, na Mongólia, em povos nômades e algumas fazendas pelo mundo, essas coleiras ainda são usadas para proteger cães pastores. Uma coleira com pontas pesadas é uma armadura de proteção do pescoço; e se for larga o suficiente, também pode distribuir força e ajudar a evitar danos à garganta quando o cão puxar a guia.

Com isso em mente, hoje em dia, em cidades, coleiras com pontas não devem estar em nenhum cão que possa brincar com outro cão. Usar uma coleira com pontas pela cidade, para passear, é legal. Mas usar uma coleira com pontas para ir ao parcão é irresponsável e perigoso, especialmente se for um cão altamente sociável que adora brincar.

Ja visitei varios cachorródromos e vi cães que são apenas pets, tentando lutar e brincar usando essas coleiras - que sim, apesar de modificadas do seu design original- foram projetadas para machucar qualquer animal que tente interagir com ele.

Use cada acessório com consciência e responsabilidade: A coleira com espinhos, pode ser um acessório de moda muito legal para usar no passeio, e até útil para desencorajar pessoas de interagir com você ou seu cão quando anda na rua, mas é preciso prezar pela segurança de todos os envolvidos, e evitar o uso desse acessório quando haverá interação entre cães!